17/05/2023
POR QUE OS PRÍNCIPES INCOMODAM TANTO?
✍🏻 Carlos Vitor Santos Valiense*
Quem diria que no Brasil voltaríamos um dia a falar em monarquia após 130 anos da Proclamação da República! É muito curioso ver a receptividade que o movimento monárquico vem tendo dia após dia. Em meio às roubalheiras republicanas, a falta de um arcabouço moral leva os brasileiros a olhar para trás e ver quão glorioso foi o tempo em que existiam verdadeiros políticos, e não meros politiqueiros como hoje.
A República mostra cada vez mais a sua verdadeira cara como sistema falido, corrupto e sem princípios, enquanto a monarquia deixou de ser um mero saudosismo – como dizem as mídias – para se tornar um movimento com expressão e nome. Sabe-se de todos os óbices impostos à propaganda monárquica no plebiscito de 1993, mas isso não impediu que o movimento crescesse a ponto de se tornar tão evidente como nos nossos dias.
A surpreendente adesão de jovens à causa monárquica revela a sua constante busca de algo por que verdadeiramente vale a pena lutar. Alguns meios que se dizem monarquistas, por um impulso da Revolução multissecular e anticristã que penetra nas tendências humanas, optam por um sistema monárquico que agrade ao público por seu espírito liberal e politicamente correto. Este pensamento, além de ser o cerne do pensamento “inovador” do verdadeiro golpe republicano, é também a enfermidade revolucionaria atual.
FORMAÇÃO MORAL
Olhando-se para os Príncipes herdeiros da Família Imperial brasileira, vê-se neles o que rareia em incontáveis políticos brasileiros: o amor ao seu povo. O mais interessante é observar o comportamento das pessoas ao se aproximarem deles quando em público; é algo muito filial e encantador. Eles não possuem dinheiro nem cargos políticos para dar a ninguém. Por qual motivo as pessoas acorrem então a eles? Porque o monarca é o pai da nação e, como tal, acolhe seus filhos e lhes dá a firmeza necessária para continuarem a lutar pela sua Pátria. Vejam a Monarquia inglesa: caem repúblicas e presidentes, mas ela permanece de pé, como símbolo intrépido do povo inglês; olhar para ela é ver o grande sustentáculo da Inglaterra.
Também é belo considerar que os Príncipes brasileiros receberam uma formação moral e religiosa sólida, tão necessária ao cumprimento de seus deveres diante de Deus, da Pátria e da História. A Providência presenteou-os com um pai como D. Pedro Henrique, uma mãe como a princesa D. Maria da Baviera, e com um amigo a cujo respeito vale a pena ressaltar o que diz a Escritura: “Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro”. Assim, ao confiar ao grande Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a formação do falecido D. Luiz e de D. Bertrand, D. Pedro Henrique estava cônscio de que não se equivocaria.
Grande pensador e homem de ação, o Prof. Plínio soube como ninguém transmitir aos Príncipes o espírito combativo e o amor incondicional à Igreja Católica, à Pátria e ao povo brasileiro. Católico e monarquista, ele formou os Príncipes para serem grandes monarcas, a exemplo de Carlos Magno e de São Luiz IX.
D. Bertrand, seu imediato sucessor D. Antonio e demais descendentes não somente mostram por palavras aquilo que um povo tem de mais importante – os valores morais, hoje quase inexistentes –, mas são destes um exemplo vivo; não só levam o ideal monárquico ao Brasil, também mostram os verdadeiros ideais conservadores que o povo preza. Afastar-se do perfil abnegado, restaurador e honesto de D. Bertrand e de D. Antonio é igualar-se aos parâmetros do perfil republicano: liberais, gnósticos, imorais e ladrões. Eis o desafio dos sucessores de nossos Príncipes atuais: levar a cabo o perfil monárquico conservador.
INDIGNAÇÃO DA MÍDIA
Por que os Príncipes incomodam tanto a mídia, chamando-os de retrógrados, falidos e sonhadores? A resposta é simples: é porque eles são autênticos e coerentes, não vivem de sonhos utópicos, pois se assim fosse não haveria hoje tantas pessoas se declarando monarquistas em pleno século XXI. Eles são coerentes com aquilo em que acreditam, não mudam de posição para agradar a grande mídia manipuladora, e tampouco aderem ao politicamente correto. Eles incomodam e continuarão a incomodar porque vieram tirar os incautos de sua comodidade e denunciar os revolucionários; porque são autênticos católicos, possuidores de uma coerência e de uma fé inabaláveis; porque são puros por opção e respeito aos seus ideais; porque, como Príncipes, trazem no sangue o amor a mim, a você e ao Brasil.
* Advogado. Artigo publicado originalmente na edição nº 71 do Boletim “Herdeiros do Porvir”, de outubro, novembro e dezembro de 2022.