24/10/2024
A MÃE DE TODAS AS OXÚN'S
IYÁJIMÚ OU IYÁ Mí UJÚMÚ
Iyájimú que a mãe ancestral considerada pelos antigos como a mãe de todas as Oxún's, ela é considerada como uma qualidade de Oxún velha e mais feiticeira, porém, para alguns sacerdotes, Iyájimú não é Oxún, ela é um orixá distinto de Oxún, considerada uma das Iyá Mí, ou seja, minhas mãe ancestrais.
Iyájimú é a mãe de todos os otás, pedras de igbás e também é a mulher que carrega consigo a cabaça das Iyá Mí Oxorongá, devido a grande ligação entre elas.
É feiticeira, uma bruxa yorubá, muito temida e respeitada pelos yorubanos e pelos dahomeanos, pois, é considerada também a mãe dos povos jejês, em axes que usam poço essa Oxum é arrumada próximo, pois a água do poço a ela pertence.
Tem total ligação com Omolú, na qual segundo os mais antigos, seria esposa de Omolú, também chamado de Xaponan, e , ligação com Nanã, sua roupa é dourada com pequenos detalhes lilás e branco, seu filá é feito de palha e sua saia também.
Participante do culto das Gelédés, nos cultos Yorubás, é tida como a mais conhecida entre as tribos Nigerianas, tendo em média 16 tribos na África na região de Ijimú, tendo as mais conhecidas Jumú e Ilexá, a terra onde também se cultua a divindade do rio Oxún, chamada com o mesmo nome desse rio, o Orixá Oxún.
Em terras Jejês é saudada como Ujúmú, tendo também cultos dentro da cidade de Savalú e de Savé. Seu templo em Savé é próximo ao templo de Ayrá.
Os festivais de Iyájimú na África é feito a cada 16 novas crianças que nascem nas terras de Ijimú, saudando a grande mãe que representa a própria fertilidade e fecundidade.
É a grande mãe, dona da placenta, da água do útero, do próprio útero, do sangue, do feto e do nascimento, onde cuida da criança e zela até sua morte, pois, Iyájimú é a soberana rainha respeitada por ter o dom da fertilidade, da maternidade e da fecundação.
Em seus itans, mostra a importante ligação de Iyájimú com Oxún Iyápondá, na qual Iyájimú, designada por Exú deixou seu posto de Iyálodè para cuidar das Iyá Mí e da humanidade, deixando seu posto de Iyálodè para Oxún Iyápondá, devido a tamanha magia que Oxún Iyápondá carrega em sua coroa de rainha da cidade de Pondá.
Em outra passagem, Iyájimú designou Oxóssi Igbò e Iyansã do culto Igbálè, também conhecida como Oyá Gbálè, a fazerem as transfusões entre a energia positiva e a energia negativa, a vida e a morte, a sacrificio e a recompensa, tanto que Iyájimú é considerada a mãe que criou o Ebó, designando à Iyansã Igbálè a levar a energia negativa e a Oxóssi Igbò a caçar e trazer a energia positiva que irá repor as influências da pessoa, e nesse procedimento, juntamente com Exú Elebó, Iyansã e Oxóssi fazem todo o preparatório das energias do ambiente.
Em tais condições, nas passagens de Iyájimú mostra sua tamanha sabedoria sobre as magias e energias, e sua tamanha importância nos cultos dos orixás, tanto, que para se começar uma feitura é preciso ofertar à Exú, e agradar à Iyájimú, para que toda a iniciação do Iyáwò, Omorixá, seja bem sucedida e bem designada pelo sacerdócio.
👉 Conclusão de Iyá Mí Ujúmú.
Ijimú mora nas profundezas dos rios junto com Yá Ominibú, na África o orixá Oxum é originalmente da cidade de Ìjimu, sendo este mais um de seus epítetos que tornou-se no Brasil uma qualidade do orixá.
Hoje temos uma riqueza de atos iniciatórios muito grande a respeito desse caminho, onde a cultuamos como um aspecto mais velho, a própria personalização do mistério e da sabedoria do fundo dos rios.
Ijimú, ou Ijumú, carrega os segredos da cabaça de Yámin Osorongá, por isso muitos egbomis dizem que não é iniciada na cabeça de homem, não que seja errado, mas esse filho não irá poder exercer uma das funções principais do axé do seu santo, que é defender o poder ancestral feminino através do útero.
Ijimú e a Mãe do Povo Jejê, Ijúmu é ligada ao povo carijébe, ou como chamamos o povo de jejê.
Diz uma lenda que Oxum Ijimú teve vários filhos, assim era mestra no cuidados as crianças, e acabou por se tornar responsável pelos nascimentos de seu povoado, ia de casa em casa, com o tempo sua fama cresceu, em um período que o reino de Nanã foi atacado por Ogum e seu povo teve que ir para a guerra, Nanã pediu a Ijimú que cuidasse das crianças de sua tribo, então ela os colocou em uma grande cabaça e os levou para o fundo do rio, até que a grande guerra acabasse, por seus favores e pelo amor com que cuidou dos filhos do jejê, Nanã lhe ofereceu dois brajás de búzios e uma abebé de madeira, em forma de boneca, com a parte superior em forma de cabaça, como a ilustração abaixo, para que essa passagem nunca fosse esquecida.
Saudação: Mò Júgbá Iyá Mí Ijúmú!
Meus respeitos à minha mãe de Ijúmú!
Pai Folha.
Babalorixá Johnny de Freitas