Homenagem aos 288 anos da cidade do Rio Grande
Hoje comemoramos os 288 anos de Rio Grande, uma cidade cuja memória e identidade foram profundamente marcadas pelo trabalho em suas diversas indústrias, especialmente as de tecido como a Rheingantz e a Fábrica Nova.
A força das operárias têxteis na construção da cidade fica evidente assim que passamos pelo seu pórtico. Erguido em 1950 no formato de uma máquina de costura, ele simboliza a importância das indústrias têxteis e das mulheres, que constituíam a maior parte de sua mão de obra.
Assim, para homenagear Rio Grande e reafirmar o protagonismo das trabalhadoras e trabalhadores, relembramos um momento especial do nosso evento "Tramando Vivências Operárias", ocorrido no ano passado na Fábrica Rheingantz. Na ocasião, a ex-operária Marilda Silva emocionou o público ao cantar "Vila Siqueira", composição de Manoel Reis, também funcionário da fábrica, que narra as belezas e encantos do nosso município.
Parabéns, Rio Grande! "Tu és a cidade querida que vive escondida no fim do Brasil" 🎶
Voz: @somarilda
Violão: @brendaobsc
🎥 @lucianadossantosmarques
🪡 Quais histórias ecoam nas paredes da Fábrica Rheingantz? O que suas marcas, deixadas pelas pessoas que ali trabalharam, nos contam?
Ouça a poesia "Entre paredes do ontem", escrita e declamada por Mirlane Garcia, ex-funcionária da Rheingantz. 🏭🧵
Entre paredes do ontem
Ao olhar estas paredes antigas e mal pintadas pela ação do tempo vejo marcas de um passado, sinto a presença da história de cada um aqui impregnada. Como se aflorasse em meus sentidos me contando sobre este passado, hoje tão distante.
Sinto o respirar ofegante, o cheiro do suor e dos pensamentos que ali ainda permanecem.
O tocar da sirene para mais um dia árduo de trabalho e o lamentar que a vida impõe.
A dor muitas vezes de um machucado simples e outros nem tanto, a esperança de que amanhã tudo será resolvido.
Ainda escuto o ressoar de saltos, de passos apressados a percorrer corredores longos, junto com a batida ansiosa dos corações.
As vezes o vento me traz o cheiro do querosene, quando os maquinários eram limpos para outro dia de trabalho. Ahh! estas paredes me parecem câmeras onde muitas lembranças aqui ficaram gravadas, quantos suspiros foram soltos no ar, uns por esperança, outros por desalento.
A história hoje parou no ontem, com seus contos, com suas memórias, já um pouco escassa em vozes trêmulas de um tempo glorioso. Dando lugar a olhos atentos e abertos para desbravar o passado.
Quantas vidas aqui hoje entre estas poucas paredes existentes viveram seus dramas financeiros, sua vida cotidiana contada aos amigos de jornada.
Ainda a noite escuto o barulho das máquinas a produzir seus tecidos, algumas a fiar, outras a tecer, por fim a costurar, ecoam pela noite como se as lembranças fossem realidade.
E ao acordar, me deparo com um tempo entre paredes amareladas, uma história sendo lembrada e revivida na minha memória quase apagada e costurada entre tecidos de um tempo de uma vida. E quem sabe estas palavras que aqui escrevo hoje sejam eternizadas em um t
Dia Nacional do Patrimônio Cultural
Hoje, 17 de agosto, celebramos o Dia Nacional do Patrimônio Cultural. Por compreendermos que o patrimônio industrial vai muito além das edificações fabris, neste dia destacamos a memória musical e sonora de Marilda Silva, ex-operária da Fábrica Rheingantz. A paródia por ela interpretada foi criada pelas trabalhadoras e narra o cotidiano dessas mulheres na indústria, principalmente suas reivindicações por melhores salários.
Nós entendemos que a música é um patrimônio industrial e ressaltamos a importância de preservar e valorizar manifestações sonoras como esta, que carregam a memória, as vivências e as lutas de mulheres operárias.
Voz: Marilda Silva
Violão: Brenda Britto da Conceição
O relato da ex-operária Mari Ione Barreto nos transporta para o universo da tapeçaria na Fábrica Rheingantz. Este era um trabalho artesanal, que requeria muita habilidade, atenção, dedicação e cuidado. Cada nó dado por uma tecedeira era mais do que apenas um passo na produção dos tapetes: eram as histórias, saberes e vivências de cada artesã que ali estavam sendo tecidas. Operárias estas que, naqueles tapetes, deixaram a sua essência, a sua marca. Este trabalho oferecia riscos e uma jornada exaustiva que também deixou marcas em seus corpos, seja pelos acidentes narrados por Mari Ione, seja pelo trabalho repetitivo.
Buscamos honrar aquelas que hoje compartilham suas histórias, conhecimentos e experiências no espaço fabril, e lembrar daquelas que já partiram, mas que deixaram o seu legado em cada artigo têxtil que produziram na Rheingantz. Este legado, assim como as memórias e saberes das operárias e operários, deve ser reconhecido não apenas neste Dia do Trabalhador, mas diariamente. Sempre que passar pela Rheingantz, lembre-se das pessoas que ali trabalharam e deixaram sua marca. Ajude-nos a preservar suas histórias!
A ex-operária Odília Goulart Bandeira, aos 104 anos, compartilha conosco suas memórias da Fábrica Rheingantz.
Confira o vídeo que recebemos de sua neta, Jaqueline Bandeira.
Entenda alguns dos processos que antecediam a confecção têxtil na Fábrica Rheingantz.🧵🪡 Te convidamos a conhecer os "caminhos da lã" com a costureira Ivone Varella.
🪡 Conheça um pouco da história da cerzideira Suely Machado Quadrado🧵
Suely trabalhava em casa para a Fábrica Rheingantz realizando reparos nos artigos têxteis, ao mesmo tempo em que cuidava de sua filha pequena, Vera Lucia Quadrado Soler. Hoje, mesmo após o falecimento de Suely, Vera Lucia mantém a memória de sua mãe viva ao narrar esta história.
Tu também pode nos ajudar a preservar as histórias, experiências e saberes das operárias e operários da Rheingantz! Entre em contato conosco e envie um relato contando sua história ou de seu familiar que trabalhou na fábrica.
🧶 O depoimento completo de Vera Lucia Quadrado Soler pode ser ouvido no vídeo Vozes da Memória da Rheingantz, através do link https://youtu.be/NNxiyqfnTnE?si=cW2Iyg5XkY51XOZI.
Agradecemos ao nosso colaborador Thiago Soler pelo envio do áudio de Vera Lucia, sua mãe.
Saberes que passam de geração para geração 🧶
🪡 Em visita à Rheingantz, Jonathan Costa, neto da ex-operária Severina Ramos de Oliveira, conta que aprendeu a costurar com sua avó, que trabalhou durante 30 anos na antiga indústria e o ensinou este oficio, compartilhando com ele os seus saberes.
Tua mãe, avó e/ou bisavó trabalharam na Rheingantz? Aprendeste algum ofício ligado ao universo da tecelagem com elas?
Conte aqui nos comentários quais foram estes ensinamentos e nos ajude a valorizar os saberes das operárias da Rheingantz!
Tu sabias que na Fábrica Rheingantz também haviam teares jacquards?
Segundo a ex-operária Marilda Silva, sua mãe, a tecedeira Iolanda Machado dos Santos, trabalhou na tecelagem jacquard. De acordo com ela, nestes teares que, como recorda-se, eram grandes e verdes, produziam-se cobertores no padrão floral, tal como um que ela guarda até hoje, que ganhou de presente de casamento de sua mãe.
No Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, situado em Famalicão, Portugal, os teares e demais máquinas ainda funcionam e realizam pequenas produções, como podemos ver no vídeo que mostra um tear jacquard em operação.
Tu trabalhaste ou conheces alguma operária que trabalhou na tecelagem jacquard na Fábrica Rheingantz? Guardas fotos tuas ou de familiares trabalhando nestes teares?
Nos envie seu depoimento e/ou foto e nos ajude a contar as histórias das mulheres que trabalhavam nos jacquards! 🧶
Tu trabalhaste ou conheces alguém que trabalhou na Fábrica Rheingantz? Quais são as suas histórias? Guardas alguma lembrança da indústria, como tecidos, roupas, cobertores, tapetes, fotos, documentos, entre outras?
As tuas memórias são muito importantes para nós e queremos conhecê-las! Nos ajude a contar as histórias das pessoas que trabalharam na Rheingantz, enviando uma foto juntamente com um breve relato.
Hoje faz uma semana desde o lançamento do vídeo Vozes da Memória da Rheingantz, que ocorreu na Semana do Patrimônio na @novarheingantz 🏭
🪡 O objetivo do vídeo, criado pela integrante do projeto @advcamilalemoss, foi capturar e preservar as experiências individuais e coletivas das histórias das trabalhadoras e trabalhadores e de seus familiares que fizeram parte da Rheingantz. Estas pessoas foram convidadas a compartilhar suas vivências e narrar suas experiências na Fábrica. Assim, o registro foi realizado por meio de depoimentos em áudio ou vídeo, buscando criar um arquivo valioso de testemunhos pessoais.
🧵 Aqui, deixamos uma pequena parte do vídeo, com o depoimento da ex-operária Marilda Silva, que trabalhou no setor dos liços. O vídeo completo pode ser acessado aqui: https://youtu.be/NNxiyqfnTnE?si=66ITJFiHqXc_VJPN
Agradecemos, mais uma vez, a todas as pessoas que colaboraram, nos enviando seus depoimentos!
Onde estará ocorrendo a Semana do Patrimônio na Nova Rheingantz?
Fizemos um pequeno vídeo mostrando como você poderá chegar até o local para participar de nossas atividades de amanhã (19/08), que iniciam às 14h.
⚠️ Amanhã é o último dia de comemorações da Semana do Patrimônio na antiga indústria.
Venha conhecer e rememorar a história da fábrica de tecidos mais antiga do Rio Grande do Sul e de suas trabalhadoras e trabalhadores 🧵