04/05/2024
Há certamente quem diga que "palavras leva-as o vento" ou bem que "vozes de b***o não chegam ao céu"... a sabedoria ´popular pode com certeza ser de elevada valia, mas outros há que atribuem à palavra dita (escrita ou falada) uma importância toda particular e em algumas situações de transcendental signif**ação... não sem o devido a propósito, foi visto (e ouvido) logo na noite das eleições o palerma proferindo a famigerada, desgastada e imoral expressão "bom povo português", tão repetida na boca do salatraque... passado um tempo é agora a vez de ressuscitar a repugnante "traição à pátria" aplicada aos que eram considerados os mais perigoosos delitos de opinião... esta deformidade inscreve-se na velha e pretenciosa intenção de se apropriar de símbolos e ícones colectivos como hinos, conceitos e bandeiras levando assim gerações inteiras (como aqui sucedeu nos idos de 60 do sécº XX) a sentirem-se desconectadas com tais símbolos e até nutrir por eles algum desdém... seja como fôr, nenhuma dessas banalidades, nem hinos, nem pátrias, nem bandeiras são elementos sacrossantos de nenhuma idolatria bacôca, perante os quais um se deva curvar e abdicar da liberdade do exercício da sua racionalidade e pensamento crítico... eu acredito que efectivamente as "vozes de b***o não chegam ao céu" (mas é que nem mesmo chegantes chegando chegam) mas para o que der e vier estou mais aqui com a vizinhança - "no passaran"... esse era o grito de uns nos tempos da guerra civil... o dos outros era, como é sabido o nefando "viva la muerte"...