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03/02/2025
O presente e a presença do mal-estar
"Há que demarcar o conceito de mal-estar como topológico, como marca de um lugar, qual seja, é da ordem do espacial. Um lugar assim como o cômodo de uma casa que chamamos sala de estar, designando uma função para este lugar diverso de sala de jantar, quarto de dormir, sala de cozinhar.
Estar poderia então entrar numa série junto com dormir, cozinhar, banhar-se, etc. Espaços ou lugares que designam funções, dentre estas, um lugar demarcado para simplesmente Estar.
Assim, estamos imersos num conceito que contém a ideia de mundo como espaço, com a imensidão sem limite, como a visão do oceano nos proporciona. Estar, mal-estar, envolve posição, lugar, densidade, espessura.
Lembro o termo espanhol hogareño, para o qual é tão difícil encontrar equivalente em português: aconchegante, acolhedor, não dá conta do radical hogar/lugar. Um lugar que se torna um lugar.
Dizer tu casa es hogareña, não corresponde a “tua casa é acolhedora”. Como o mundo se torna um lugar para se estar nele? Aí vem a questão da ligação do Eu com o mundo externo.
Estar desubicado também é difícil de traduzir, para dizer de como não estamos situados num determinado lugar ou em lugar algum. Estar em lugar sem se sentir nele, pensar o mal-estar como a experiência de se sentir deslocado.
Habitar um lugar que pressupõe um exterior. Tomar o mal-estar no registro do real, a “experiência real de estar fora de lugar” (Dunker, 2015, p. 196)."
📝 Sobre a autora: Liliane Seide Froemming é psicanalista, membro da (APPOA).
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