04/05/2025
Foto e texto: Eliana Teixeira
Box Braids, Fulani Braids, Goddess Braids, Boho Braids, Twists... Muitos são os modelos de tranças, na atualidade, que carregam a cultura e a história do continente africano. As tranças chegaram ao Brasil por meio do tráfico transatlântico de escravizados, durante o período colonial. Povos africanos de várias regiões - principalmente da África Ocidental e Central - já usavam tranças como forma de expressão cultural, distinção social, identidade étnica, status civil, espiritualidade e até como meio de comunicação para rotas de fuga codificadas. E atravessando séculos, o trançar se fortaleceu como algo terapêutico, tanto para quem trança quanto para quem é trançado, com realização de cursos para interessados, além de ser uma atividade que requer aperfeiçoamento profissional e gestão de negócios.
Com o objetivo de transferir os saberes e técnicas ancestrais, o Grupo Trançar Terapêutico do Projeto Raízes Nagô, que neste ano está em sua 4ª edição e é realizado pelo Instituto Afropira – organização dedicada à cultura negra -, promove em Piracicaba (SP) curso de formação de trancistas. Coordenado por Isabel Farias, 41 anos, e ministrado por Mirian Aguiar, 40 anos, o curso do Trançar Terapêutico iniciou em março e tem término previsto para novembro, com 20 alunos da faixa etária de 16 a 40 anos. “A gente conversou e juntas, eu e Mirian, idealizamos essa proposta de trazer até o espaço do Afropira o curso que é totalmente gratuito, com apoio da Sueli Eleutério, que forneceu todo o material para a gente, através de uma doação. O apoio do Bloco Peixe Frito também foi muito importante para que a gente conseguisse tirar esse projeto do papel”, conta a coordenadora Isabel, a Bel Farias.
Como na infância de muitas mulheres pretas, era a mãe de Bel Farias que trançava o cabelo dela. Isso estreitou os laços entre mãe e filha e despertou o interesse pelo trançar. “Comecei a trançar o cabelo da minha própria mãe, que me ensinou e fui trançando das demais mulheres familiares. A minha primeira profissão foi como trancista, aos 12 anos de idade. Fiz curso como cabeleireira e, numa profissão onde a gente está cuidando da autoestima, da estética do outro, a gente acaba ouvindo muitas dores, o que me levou a querer fazer psicologia, curso que estou me formando”, relata Bel.
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*Por: Eliana TeixeiraBox Braids, Fulani Braids, Goddess Braids, Boho Braids, Twists... Muitos são os modelos de tranças, na atualidade, que carregam a cultura e a história do continente africano. As tranças chegaram ao Brasil por meio do tráfico transatlântico de escravizados, durante o perío...