Informativo LGBT do Vale do Curú

Informativo LGBT do Vale do Curú Nossa meta é lutar por direitos humanos igualitários!

QUAL É A IMPORTÂNCIA DO DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO LGBTQIA+?Tudo começou na década de 1960, quando as leis dos Estados...
28/06/2023

QUAL É A IMPORTÂNCIA DO DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO LGBTQIA+?

Tudo começou na década de 1960, quando as leis dos Estados Unidos oprimiam e puniam a população LGBTQIA+, deixando-a excluída do processo de socialização. As ações policiais em bares frequentados por pessoas LGBTQIA+ eram constantes, muitas vezes seguidas de prisões arbitrárias, revistas humilhantes e exposição pública.

Em 28 de junho de 1969, os frequentadores do bar Stonewall Inn se uniram contra uma dessas abordagens humilhantes, o que incentivou uma série de manifestações e confrontos por dias no bairro de Greenwich Village, em Nova York.

A Rebelião de Stonewall, como ficou conhecida, é considerada o marco zero do movimento moderno pelos direitos humanos da comunidade LGBTQIA+. O ocorrido foi estopim para a criação de movimentos sociais americanos que surgiram no mesmo ano, como a “Frente de Libertação Gay” e “Aliança dos Ativistas G**s”.

No dia 28 de junho de 1970 foi realizada a primeira marcha do Orgulho Gay, que comemorou as conquistas da comunidade LGBTQIA+ um ano após os protestos da Rebelião de Stonewall.

A LUTA PELOS DIREITOS CONTINUA

A luta pelo reconhecimento dos direitos da comunidade LGBTQIA+ começou em Stonewall, 54 anos atrás, e continua até os dias de hoje. Embora atualmente haja muitas redes e movimentos que trabalham para assegurar os direitos humanos da comunidade LGBTQIA+, ainda existem diversos desafios a serem superados.

Em 2009, o Brasil lançou o Programa Nacional de Direitos Humanos III (PNDH III), que trouxe Objetivos Estratégicos voltados para a promoção da cidadania da população LGBTQIA+ como “a garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero”, “acesso universal a um sistema de saúde de qualidade” e a elaboração de “políticas de prevenção da violência”.

Apesar do aparente avanço que o PNDH III traria em relação ao respeito e segurança das pessoas LGBTQIA+, nos 13 anos após a sua publicação a violência continuou atingindo essa parcela da população de forma intensa e ininterrupta.

Segundo o Grupo Gay da Bahia, a média de mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ duplicou na última década, subindo de 143 mortes por ano entre 2000 e 2009 para uma média de 303 mortes por ano entre 2010 e 2019. [3]

Esses dados, levantados por monitoramento dos meios de comunicação e, portanto, subnotificados, revelam a falta de uma resposta efetiva do poder público para a segurança da comunidade LGBTQIA+.

Quando o direito à vida é garantido para as pessoas LGBTQIA+, elas ainda precisam enfrentar todas as situações LGBTfóbicas de seu dia-a-dia, seja no trabalho, na escola, na internet ou em sua própria casa.

Por fim, outro grande desafio é a sustentabilidade das organizações da sociedade civil que lutam pelos direitos humanos e cidadania da comunidade LGBTQIA+. Nesse sentido, o Fundo Brasil trabalha para apoiar movimentos, organizações, coletivos e redes que atuam na defesa dos direitos LGBTQIA+. A cada edital aberto, o Fundo Brasil seleciona organizações que receberão o aporte financeiro para que se dediquem no seu fortalecimento institucional de forma autônoma.

Nos últimos 15 anos, dezenas de projetos em defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ foram apoiados, entre eles a Associação de Apoio, Defesa e Cidadania dos Homosse***is – ADACHO que luta para garantir acesso à saúde, educação, cidadania e cultura da comunidade LGBTQIA+ na região de Crato e Cariri. A ADACHO acredita que para diminuir os índices de violência e discriminação na região é necessário fortalecer esses pilares sociais.

Diante disso, vimos que o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ não foi criado para celebrar, mas sim para evidenciar a luta pelo direito de existir sem perseguição. Em 2023, a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ continua, a luta pelo respeito é constante e o direito de viver é necessário!

Como membro da sociedade civil, você pode fazer parte da construção de uma sociedade mais justa e igualitária para as pessoas LGBTQIA+.

CONHEÇA AS CONQUISTAS DO MOVIMENTO LGBTQIA+ NO BRASILO Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado em 28 de junho, é um marco qu...
28/06/2023

CONHEÇA AS CONQUISTAS DO MOVIMENTO LGBTQIA+ NO BRASIL

O Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado em 28 de junho, é um marco que celebra a voz das pessoas da sigla que buscam a conquista de direitos básicos. É impressionante pensar que, até 1960, ser homossexual era um crime em quase todos os Estados Unidos da América.

A população LGBTQIA+ já foi submetida a diversas violências em todo o mundo, inclusive terapias de choque, lobotomia e torturas, sob o pretexto de que a homossexualidade era uma doença de ordem mental. Alguns países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo s**o.

Neste artigo, vamos falar de quais direitos já foram conquistados aqui no Brasil pelo movimento LGBTQIA+ e como há muito do que se orgulhar, ainda que tenhamos muito por conquistar também. Vem com a gente!

(1978) O INÍCIO DA ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO LGBTQIA+

A Rebelião de Stonewall aconteceu em 1969 nos EUA, período em que passávamos pela ditadura militar (1964-1985) no Brasil. Aqui, nos anos 1970, aconteciam reuniões em bares e clubes. Chamados de gueto, os espaços frequentados por g**s, lésbicas e tr****tis eram onde acontecia uma organização inicial de pautas de reivindicações e apoio.

O primeiro jornal de temática homossexual com circulação nacional foi “O Lampião da Esquina”, fundado em 1978, mesma época do surgimento do então chamado “movimento homossexual brasileiro” (MHB).

O jornal fazia oposição à ditadura e denunciava abusos contra pessoas LGBTQIA+ e impulsionou a criação do Somos: Grupo de Afirmação Homossexual, além de ter aberto um espaço para participantes lésbicas, com o artigo chamado “Não somos anormais”, em 1979. Dele, também surgiu o jornal ativista ChanaComChana.

(1979) PRIMEIRO ENCONTRO BRASILEIRO DE HOMOSSEXUAIS

O 1º Encontro de Homosse***is Militantes se realizou na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no dia 16 de dezembro. Ele foi importante para mostrar como o movimento LGBTQIA+ estava ganhando força. Entre as resoluções propostas no encontro, estavam a reivindicação de incluir o respeito à “opção sexual” (como era conhecido na época), na Constituição Federal, além de uma campanha para retirar a homossexualidade da lista das doenças mentais.

(1983) LUTA PELA VISIBILIDADE LÉSBICA

O Ferro’s Bar era um local conhecido da comunidade LGBTQIA+ em São Paulo, mas, assim como ocorria em outros lugares, não era tão aberto a todas as pessoas da sigla. Um grupo lésbico foi expulso do estabelecimento ao compartilhar o jornal ChanaComChana, o que resultou em um protesto organizado pelo Grupo de Ação Lé***ca Feminista em 19 de agosto.

Esse foi um marco para a letra L da sigla e a data (19 de agosto) hoje é conhecida como Dia do Orgulho Lésbico.

(1985) DESPATOLOGIZAÇÃO DA HOMOSSEXUALIDADE E LUTA CONTRA A AIDS

A primeira ocorrência da aids no Brasil foi identificada em 1982, em São Paulo. Os jornais da época noticiavam a doença como “peste gay”. O período foi muito difícil para esta população na época, pois elas eram vistas como as causadoras da disseminação do vírus e viravam alvo de muito preconceito.

Os grupos ativistas racharam por desavenças e muitos também passaram a concentrar esforços para a luta contra o HIV. Em 1985, nasce o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (GAPA), o Triângulo Rosa e o Grupo Gay da Bahia (GGB), sendo esse último o principal responsável pela campanha para que a homossexualidade fosse retirada da lista de doenças do Conselho Federal de Medicina do Brasil.

Para se ter uma noção, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) só retirou a homossexualidade da lista de distúrbios psiquiátricos em 1990 – 5 anos depois.

Também foi na década de 1980 que começaram a questionar o termo orientação sexual no lugar de “opção sexual”, já que a homossexualidade é uma condição biológica inata, não uma escolha.

(1992) FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE TRAVESTIS e LIBERADOS (Astral)

O ano de 1992 foi muito importante para as pessoas tr****tis e transe***is, que era ainda muito marginalizado e ignorado. Foi neste ano que foi fundada da Associação de Travestis e Liberados (Astral), no Rio de Janeiro. Neste ano, também se originou o Movimento Nacional de Travestis e Transe***is e a primeira tr****ti a conquistar um cargo na política brasileira foi eleita, a vereadora do Piauí Katya Tapety.

(1997) PRIMEIRA PARADA DO ORGULHO LGBTQIA+

Foi em junho de 1997 que ocorreu a 1ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ no Brasil, na Av. Paulista, em São Paulo. Atualmente, ela é conhecida como a maior do mundo e reúne milhares de pessoas todos os anos. Sempre é escolhido um tema central a ser abordado, com o objetivo de que, além do orgulho de ser quem é, as pessoas também utilizem esse espaço para dar voz a alguma reivindicação do movimento LGBT.

(1999) PROIBIÇÃO DA “CURA GAY”

Apesar de não ser considerada uma doença nem pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1990, muitas famílias e pessoas ainda tentavam impor a sexualidade heteronormativa, gerando “tratamentos” como a “cura gay”. A prática só foi proibida pelo Conselho Federal de Psicologia em 1999.

(2002) REDESIGNAÇÃO SEXUAL

O processo também conhecido como “mudança de s**o”, do s**o masculino para feminino, só foi permitido pelo Conselho Federal de Medicina em 2002. Quando falamos em feminino para masculino, a conquista passou a valer somente em 2010.

(2011) UNIÃO ESTÁVEL ENTRE PESSOAS DO MESMO S**O

A legalização para a união estável entre pessoas do mesmo s**o era uma pauta desde 1995, mas foi só em 2011 que ela foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, os casais homoafetivos foram reconhecidos como entidade familiar e passaram a poder realizar a adoção conjunta.

Depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça aprovou uma resolução que obriga cartórios a realizar o casamento civil entre homosse***is.

(2018) TRANSGÊNEROS PODEM ALTERAR O SEU REGISTRO CIVIL EM CARTÓRIO

O uso do nome social foi permitido em 2016, mas as pessoas trans ainda eram obrigadas a andar com documentos que não eram compatíveis com sua identidade. Em 2018, o STF autorizou a mudança do nome de registro de transe***is e transgêneros, mesmo daqueles que não passaram por cirurgia.

(2019) CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA

O Brasil é um dos países com maior índice de LGBTfobia, sendo considerado um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Por isso, mesmo que a criminalização da homofobia em 2019 não garanta a punição para quem é homofóbico, ela ajuda a combater discursos preconceituosos.

(2020) LIBERAÇÃO PARA DOAÇÃO DE SANGUE

Após todo o estigma da aids ser uma “peste gay”, pessoas homosse***is eram proibidas de doar sangue. Os dados da época eram ainda imaturos e apontavam as pessoas homosse***is como grupo de risco.

Atualmente, já se sabe que o homem gay não é o culpado, mas sim o s**o desprotegido. O grupo de risco foi substituído pelo comportamento de risco, uma vez que isso não depende da orientação sexual dos gêneros envolvidos.

Com informações mais maduras e a possibilidade de testagem dos materiais nos bancos de sangue, no dia 8 de maio de 2020, o STF derrubou a restrição que proibia homosse***is de doarem sangue.

Ainda existem questões em pauta, uma vez que o Brasil é o país que mais mata trans e tr****tis em todo mundo e 90% da população transexual e tr****ti do país tem a prostituição como fonte de renda e possibilidade de subsistência.

Já imaginou não poder ser quem você é?

HISTÓRIA LGBTQIA+A história do movimento LGBTQIA+ brasileiro em 3 conquistas, segundo ativistasOrganizações destacam mom...
28/06/2023

HISTÓRIA LGBTQIA+

A história do movimento LGBTQIA+ brasileiro em 3 conquistas, segundo ativistas

Organizações destacam momentos marcantes em história de conquistas e resistência

Quando o movimento LGBTQIA+ surgiu no Brasil, em 1978, ele era conhecido somente como "movimento gay". O termo refletia a realidade do primeiro grupo surgido no país a carregar essa bandeira: o grupo Somos, então formado majoritariamente por homens. Naqueles anos de ditadura militar, a organização cobrava da sociedade brasileira uma revolução nos costumes. Punha em xeque a moral conservadora da época, em prol de maior liberdade sexual.

De lá para cá, 45 anos se passaram. Mudou a cara do movimento, a sigla que o representa e mudaram - ou se ampliaram - suas pautas prioritárias. Conforme avançava o processo de redemocratização do país, ativistas entenderam que era possível, e necessário, desenhar politicas públicas capazes de promover os direitos dos muitos segmentos da população LGBTQIA+. Às pautas culturais e de costumes, uniram-se demandas relacionadas à saúde, ao acesso à educação, ao combate à violência.

Organizados em milhares de grupos pelo país, homens e mulheres cis e trans, pessoas não-binárias, bisse***is, homosse***is, asse***is - dentre tantas outras orientações se***is e identidades de gênero - pressionaram o poder público para promover mudanças. Forçaram o Estado a reconhecer a validade das uniões civis entre pessoas do mesmo s**o; levaram a Justiça à equipar a LGBTfobia ao crime de racismo; e fizeram governos pensar políticas capazes de promover a saúde dessas populações.

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, Brasil de Direitos convidou defensoras e defensores de direitos humanos, que atuam nessa pauta, a apontar momentos e conquistas marcantes para a história do movimento no Brasil. A seguir, Marinalva Santana, do Grupo Matizes; Rildo Veras, do movimento LGBT Leões do Norte; Alexandre Bogas e Fabrício Bogas, do Acontece - Arte e Política LGBTQIA+; refletem sobre momentos que marcaram essa trajetória de avanços e resistência.

O RECONHECIMENTO DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS DO MESMO S**O

Há pouco mais de 10 anos, em 5 de maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento de duas ações que se tornaram históricas para a população LGBTQIA+. Ao apreciar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132 e a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4277, a Corte concluiu que "O s**o das pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica". A partir dali, o país passou a reconhecer a validade das uniões estáveis firmadas entre pessoas do mesmo s**o.

"Foi um dos marcos mais importantes da nossa história de luta", afirma Marinalva Santana, do Grupo Matizes, do Piauí. "A partir desse reconhecimento do Supremo, abriram-se as portas para a ampliação de vários direitos no campo civil. O direito ao casamento, o direito à herança e à adoção".

Com isso, o Brasil foi pioneiro: tornou-se o primeiro país a reconhecer a união entre pessoas do mesmo s**o. A novidade trouxe segurança às famílias homoafetivas. "Elas saíram de uma espécie de limbo jurídico", conta Fabrício Bogas, da Acontece - arte e política LGBTQIA+. Antes desse avanço, casais homoafetivos não tinham direito à herança no caso da morte de um dos parceiros. Também não podiam fazer coisas simples, como contratar, juntos, um plano de saúde. A mudança abriu caminho para que, anos depois, em 2013, o país passasse a reconhecer, também, o casamento civil entre pessoas do mesmo s**o.

O sucesso no STF também trouxe, para os movimentos que atuam nessa pauta, a compreensão de que a Corte poderia ser um espaço onde disputar direitos que o legislativo ainda não assegurara. Caso da criminalização da LGBTfobia.

A criminalização da LGBTfobia era um pleito antigo de setores do movimento LGBTQIA+. A primeira grande campanha a tratar do tema surgiu em 1982, idealizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Na ocasião, o GGB organizou um abaixo-assinado reivindicando a medida, e cobrando que a homossexualidade deixasse de ser considerada uma doença. A campanha reuniu 16 mil apoiadores.

Mas a pauta avançou pouco no legislativo federal. Em 2006, a deputada federal Iara Bernardi (PT-SP) apresentou o projeto de lei 122, que tratava da criminalização da homofobia. O texto teve tramitação lenta, e foi alvo de oposição ferrenha. A recusa do parlamento em discutir a criminalização resultou em duas ações no Supremo Tribunal Federal. Ambas argumentavam que, ao não pautar a questão, o legislativo se omitia.

No dia 13 de junho de 2019, 8 dos 11 ministros do STF votaram que, na ausência de uma lei específica, a LGBTIfobia fosse punida de acordo com a lei de Racismo (7716/85). "Foi uma conquista muito significativa. Passamos anos reivindicando, e mostrando estatísticas de que o Brasil é um dos lugares que mais mata a população LGBTQIA+" afirma o sociólogo Rildo Veras, do grupo LGBTQIA+ Leões do Norte. "Ainda que não tenha sido aprovada uma lei que criminalize a LGBTfobia, esse reconhecimento do STF foi importante. E mostrou que o Supremo Tribunal Federal está na vanguarda da garantia de direitos das populações historicamente marginalizadas".

Entre os dias 05 e 08 de junho de 2008, o Brasil realizou a primeira Conferência Nacional de G**s, Lé***cas, Bisse***is, Travestis e Transe***is. O evento foi convocado pelo governo federal e reuniu organizações de todo o país em Brasília para discutir a formulação de políticas públicas para essas populações. De saída, a ideia era que o encontro servisse de base para a elaboração do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de G**s, Lé***cas, Bisse***is, Travestis e Transe***is. "Foi uma conferência com vários desdobramentos. Reuniu pessoas de todos os lugares do país e trouxe uma visibilidade importante para o movimento", afirma Fabrício Bogas, o Acontece - arte e política LGBTQIA+.

Outras conferências se seguiram a essa. Inclusive nos âmbitos estaduais e municipais. "As conferências nacional, e depois as estaduais e municipais, foram essenciais. Foi a partir delas que a gente conseguiu trabalhar o tripé da cidadania LGBTQIA+. Que são os planos municipais e federal, uma coordenadoria e um conselho LGBT" avalia Alexandre Bogas, do Acontece.

Outro desdobramento da primeira conferência foi a mudança oficial da sigla que designava o movimento no Brasil. Até ali, os movimentos eram agrupados sobre o acrônimo "GLBT". Uma votação entre os presentes definiu que a ordem dos termos deveria mudar, dando precedência ao L de lésbicas - uma sinalização de que o movimento estava comprometido com o combate ao machismo.

MÊS DO ORGULHO LGBT+: POR QUE É COMEMORADO EM JUNHO?Entenda a origem e a importância do Mês do Orgulho LGBT+ na luta pel...
28/06/2023

MÊS DO ORGULHO LGBT+: POR QUE É COMEMORADO EM JUNHO?

Entenda a origem e a importância do Mês do Orgulho LGBT+ na luta pelos direitos desta comunidade em todo o mundo.

Junho é conhecido por uma intensa atividade relacionada à temática LGBTQIA+ em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil.

Entre os eventos está a esperada Parada LGBTQIA+ de São Paulo, que figura entre as maiores do mundo.

Além disso, o mês, marcado por comemorações e lutas, ainda reserva uma data especial para comemorar: o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Mas você sabe o motivo de toda essa movimentação da comunidade ser no mês de junho?

Entenda abaixo a origem e a importância dessas comemorações em junho na luta pelos direitos desta população em todo o mundo.

QUANDO É O MÊS DO ORGULHO LGBT+?

O Mês do Orgulho LGBT+ é celebrado em junho no Brasil e em diversos países do mundo.

Isso se deve às manifestações que aconteceram após uma ação truculenta da polícia no ano de 1969 em um bar LGBT, em Nova York. Na época, a relação entre pessoas do mesmo s**o era proibida.

O movimento ficou conhecido como a Rebelião de Stonewall, nome do bar. Os frequentadores se revoltaram com a ação policial e fizeram diversas passeatas, transformando o momento em um marco histórico que reverbera até hoje.

QUANDO É O DIA DO ORGULHO LGBT?

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado em 28 de junho como uma forma dessa população e seus aliados lutarem por direitos e igualdade. Já no Brasil, existe o Dia Nacional do Orgulho Gay, que acontece em 25 de março, com o mesmo objetivo, mesmo que traga destaque para a sigla G do movimento.

POR QUE O MÊS DE JUNHO É O MÊS DO ORGULHO LGBT?

O marco histórico da Rebelião de Stonewall foi o estopim para que diversos membros da comunidade LGBT+ fossem às ruas de Nova York protestar contra a abordagem violenta da polícia ocorrida no dia 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn. A manifestação foi liderada pela drag queen Marsha P. Johnson em parceria com Sylvia Rivera até o Central Park.

Um ano depois, a comunidade LGBT+ mobilizou a primeira marcha do orgulho gay em algumas cidades dos Estados Unidos e junho passou a ser conhecido como o Mês do Orgulho.

IMPORTÂNCIA DO MÊS DO ORGULHO LGBT+

A celebração é utilizada para instigar ações afirmativas e de políticas públicas voltadas para o público LGBT+, além de reunir pessoas pelo mundo lutando contra à homofobia.


Em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a "Pesquisa Nacional de Saúde: Orientação sexual auto-identificada da população adulta" que mostram 2,9 milhões de pessoas adultas que se auto declaram lésbicas, g**s ou bisse***is. Este número, entretanto, pode estar sub-notificado por conta do preconceito ainda presente na sociedade.

No Brasil, a primeira Parada do Orgulho Gay ocorreu em 1997 em São Paulo e reuniu cerca de 2 mil pessoas. Em 2009, o evento teve seu nome alterado para Parada do Orgulho LGBT a fim de contemplar todas as siglas da comunidade.

Em 2022, a 26ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo recebeu mais de 4 milhões de pessoas na Avenida Paulista, de acordo com dados do Observatório do Turismo da Prefeitura de São Paulo e da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

HOMOFOBIA É CRIME

Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu favoravelmente a criminalização da homofobia, incluindo-a no artigo 20 da lei 7.716 de 1989 que "define os crimes resultantes de preconceito de raça e cor". A pena é de um a três anos de prisão e multa, podendo chegar até cinco anos de reclusão com agravantes.

De acordo com o levantamento mais recente feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) em janeiro de 2023, 52% pessoas g**s foram vítimas de violência, sendo 42,96% pessoas tr****tis e transe***is.

Adrielle Farias
12 maio 2023
- 05h00
(atualizado às 12h27)

LGBTFOBIA É CRIME E NÃO TEM RELIGIÃO QUE MUDE ISSOUm fator bem importante para iniciar um discurso sobre o crime de lgbt...
19/06/2023

LGBTFOBIA É CRIME E NÃO TEM RELIGIÃO QUE MUDE ISSO

Um fator bem importante para iniciar um discurso sobre o crime de lgbtfobia mais conhecido como homofobia é que precisamos entender que o nosso estado é Laico.

Preservar a laicidade de um Estado é reconhecer que ele é separado de qualquer religião, independente de sua base estrutural e quantidade de indivíduos que a frequentam.

O Estado não permite a interferência de correntes religiosas em assuntos estatais, nem privilegia uma ou algumas religiões sobre as demais. (Isso é o que temos em lei registrada).

Ou seja, usar sua religião, fé, crença… para promover discurso de ódio contra as pessoas pertencentes à comunidade lgbtqia+ (lésbicas, g**s, bisse***is, transgêneros e tr****tis etc) continua sendo crime.

A ideia de como o outro vive não se encaixar naquilo que você vê como um princípio no seu cotidiano não te dá o direito de intervir.

A cada 26 horas um jovem morre no brasil por ser gay, a comunidade LGBTQIA+ está interessada somente em lutar para que esses dados diminuam até que não existam mais.

A ciência já comprova que a homossexualidade não é uma escolha, muito menos uma doença, e como não há cura para aquilo que não é doença, iremos continuar com a vida que temos!

A luta pelos direitos LGBT’S é somente para que possamos viver, e ter uma vida digna assim como qualquer outra pessoa.

Parem de nos matar! A lgbtfobia não começa pela morte, começa pelo seu discurso que incentiva o agravamento dos ataques e nos levam a morte!

O estado é laico, sua religião serve para você e temos o direito de existir!

Deives Picáz
30/12/202113:22

HOMOFOBIA: COMO COMBATER O PRECONCEITOO termo, que deveria ter ficado no século passado, ainda é bastante presente na no...
19/06/2023

HOMOFOBIA: COMO COMBATER O PRECONCEITO

O termo, que deveria ter ficado no século passado, ainda é bastante presente na nossa sociedade, mas ainda é possível mudar esse cenário.

No dia 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional de Combate à Homofobia. Parece fake news, mas não é: a homossexualidade só foi retirada da lista de doenças mentais dos Estados Unidos em 1973. A Organização Mundial de Saúde foi ainda mais recente: em 1990, a OMS adotou o procedimento de não encarar mais uma opção sexual como uma questão de doença mental.

Pouco mais de trinta anos se passaram e hoje, nos parece impensável que isso já tenha sido tratado sob esse viés, certo? Bom, para muitos de nós, mas infelizmente, não todos. Há quem sinta aversão ou uma rejeição muito forte por aqueles que se relacionam com pessoas do mesmo s**o. E é sobre isso que falaremos hoje.

Originalmente, como explica artigo no Fundo Brasil, o termo homofobia refere-se apenas à violência e hostilidade contra homosse***is, que são as lésbicas e os g**s. Mas hoje em dia, ele é considerado por muitos uma forma de definir o ato de ódio a outros grupos como bisse***is, tr****tis e transe***is também.

Apesar da pouca fiscalização, a homofobia é criminalizada no Brasil desde 2019, graças à Lei de Racismo (7716/89), que também prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional” e contempla atos de “discriminação por orientação sexual e identidade de gênero”.

Cerca de 20 milhões de brasileiras e brasileiros se identificam como pessoas LGBTQIA+, de acordo com a Associação Brasileira de G**s, Lé***cas, Bisse***is, Travestis e Transe***is (ABGLT). Isso representa 10% de toda a população do país. Desses, 92,5% relataram o aumento da violência contra a população LGBTQIA+ de 2018 para cá, segundo pesquisa da organização de mídia Gênero e Número.

51% desses entrevistados relataram ter sofrido algum tipo de violência motivada pela sua orientação sexual ou identidade de gênero, sendo 94% vítimas de violência verbal e 13% vítimas da violência física. Se tratando de pessoas trans, como Miguel, que participou do Podcast Plenae, os números são ainda mais assustadores. Até porque, há ainda muitos mitos em torno do assunto.

Em uma comparação com os Estados Unidos, por exemplo, as trans brasileiras correm um risco 12 vezes maior de sofrer morte violenta do que as estadunidenses. O Relatório Mundial da Transgender Europe mostrou que, de 325 assassinatos de transgêneros registrados em 71 países nos anos de 2016 e 2017, um total de 52% – ou 171 casos – ocorreram no Brasil. Isso nos colocou no triste ranking de país que mais mata pessoas transse***is no mundo.

Aqui, vale uma breve explicação: LGBTQIA+ é a sigla que abraça diferentes identificações. São elas: Lé***cas, G**s, Bisse***is, Transse***is, Q***r, Intersse***is, Asse***is e o + abarca quem ainda possa se identificar com alguma outra nomenclatura não contemplada na sigla.

Uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos chamada Disque 100, compilou em 2017 mais alguns dados que comprovam que a violência se dá de várias maneiras e parece estar longe de acabar. Segundo o órgão, a maior parte das denúncias das pessoas LGBTQIA+ diz respeito à violência psicológica como atos de ameaça, humilhação e bullying. E isso é só o que é denunciado, pois sabemos que há muita subnotificação.

Uma outra pesquisa, essa feita sobre o Ambiente Educacional no Brasil de 2016, apontou que 73% das e dos estudantes LGBTQIA+ já relataram terem sido agredidos verbalmente e outros 36% fisicamente. A intolerância sobre a sexualidade levou 58,9% das/os alunas/os que sofrem agressão verbal constantemente a faltar às aulas pelo menos uma vez ao mês.

Por fim, estima-se que jovens LGBTQIA+ que são rejeitados por sua família apresentam 8,4 vezes mais chances de tentarem suicídio. Essa estatística se traduz em outra: dentre adolescentes, lésbicas, g**s e bisse***is têm até cinco vezes mais chances de tirarem a própria vida do que as/os heterosse***is.

Quando falamos de preconceito, falamos sempre sobre quem o reproduz e nunca sobre as vítimas. Afinal, sabemos que as pessoas só colocam para fora aquilo que elas têm dentro. A psicanálise, aliás, usa um termo específico para falar sobre esse assunto o recalque.

Apesar de ter caído no uso da cultura pop como algo que vem da “inveja”, o recalque é muito mais do que isso. “Nós sabemos que aquilo que nos constitui é aquilo que temos consciência que fazemos, mas também aquilo que ocultamos de nós mesmos e dos outros. Isso que ocultamos acabou sendo chamado de recalque”, segundo o escritor e filósofo Franklin Leopoldo e Silva:

“É preciso que muita coisa permaneça escondida, oculta, recalcada, para que o ser humano seja possível. (...) Toda a civilização foi constituída com base na repressão e no recalque, que é muito importante. Porque ele nos mostra que há uma natureza em nós que não é totalmente positiva, que não é da ordem do divino, que é muito ambígua: contém o mal e o bem, o que há de positivo e contém a violência”, continua.

Segundo ele, para que a civilização seja possível, é preciso que cada um reprima em si esse mal, essa violência. e é preciso também que haja um aparelho repressor, dispositivos muito bem elaborados, que atue sobre nós, no sentido que esse recalque seja permanente. No caso, são as leis e a consciência social.

Há ainda a homofobia internalizada, como explica a psiquiatra Aline Rangel em seu blog. “Na homofobia internalizada, o indivíduo tem dificuldade para se aceitar e gostar de si mesmo pelo simples fato de ter uma orientação sexual homoafetiva. Isso acontece, muitas vezes, por causa da carga negativa que ela assimilou durante a vida inteira sobre a homossexualidade”, como explica ela.

O psicólogo americano George Weinberg, que cunhou o termo na década de 1960, definiu a homofobia como "o medo de estar perto de homosse***is", como conta artigo na BBC. "Eu nunca consideraria um paciente saudável a menos que ele superasse seu preconceito contra a homossexualidade", disse ele em seu livro de 1972, “Society and the Healthy Homosexual” ("Sociedade e o Homossexual Saudável", em tradução livre).

Para Emmanuele A. Jannini, professor de Endocrinologia e Sexologia Médica na Universidade de Roma Tor Vergata, a homofobia está relacionada a certos traços da personalidade. Quando ela está associada à violência, pode perfeitamente ser diagnosticada como uma doença psiquiátrica.

Começamos esse artigo dizendo que a homossexualidade um dia foi considerada doença, mas a verdade é que a homofobia sim, é um desvio de personalidade. Para o pesquisador mencionado, como continua a contar o artigo na BBC, a homofobia está relacionada ao psicoticismo (potencialmente marcado pela raiva e hostilidade), mecanismos de defesa imaturos (propensos a projetar emoções) e um vínculo parental instável (levando à insegurança subconsciente).

Em sua pesquisa, publicada no Journal of Sexual Medicine em 2015, Janini analisou 551 estudantes italianos. Segundo ele, aqueles com atitudes homofóbicas mais fortes também apresentaram pontuações mais altas em psicoticismo e mecanismos de defesa imaturos, enquanto um vínculo parental estável foi indicador de baixos níveis de homofobia. Tudo isso, conclui ele, pode - e deve! - ser tratado em terapia.

Estudos também mergulham no fato de que as culturas e o ambiente familiar podem contribuir para essa versão deturpada e nociva, sobretudo se o indivíduo foi exposto a ele ainda na infância. Porém, estímulos positivos durante a vida universitária, por exemplo, também podem reverter esse cenário.

Entender que esse é um problema seríssimo, que vem somente de dentro de você e de suas questões pessoais, que afeta as pessoas ao seu redor e que não é socialmente aceitável, é o primeiro passo. O segundo passo é procurar ajuda especializada, como a psicoterapia que mencionamos anteriormente.

Neste artigo, também te ensinamos alguns passos para aumentar o seu poder de empatia. O primeiro deles é algo que mencionamos agora pouco: reconheça as suas próprias limitações. Em seguida, escolha os pontos em você que devem ser trabalhados e foque neles. Esteja aberto a novas narrativas e novos olhares. E, por fim, seja mais genuíno, já que a empatia demanda verdade e comprometimento.

Fazer o exercício de se colocar no lugar do outro é também sempre positivo. Se isso for difícil, talvez seja falta de contato com esse outro. Portanto, se aproximar de pessoas LGBTQIA+ pode ser importante aqui nessa etapa. Você pode começar contratando elas para sua empresa, por exemplo. São nessas conexões reais que você passará a ver o outro para além de qualquer viés inconsciente, termo que te explicamos neste artigo.

Ultrapassando a esfera do individual, há como somar na luta contra a homofobia apoiando projetos que estejam envolvidos com a causa. Este artigo da Revista Galileu separou alguns nomes para te ajudar! Lembrando que, em ano de votação como o próximo, é importante eleger candidatos que representem essa causa, seja apoiando ou fazendo parte dela. São eles que nos representarão nas esferas estatais pensando em políticas públicas realmente eficazes e abrangentes.

Se você conhece alguém - ou é essa pessoa - que pode ainda estar reproduzindo comentários homofóbicos, lembre-se: os comentários não são inofensivos. O que pode parecer uma piada é o início de uma violência que escala para os números trágicos que te trouxemos neste artigo. Não seja parte do problema, precisamos construir juntos um mundo que seja melhor para todos!

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