Num mundo dominado cada vez mais por grandes corporações, sobretudo na imprensa, contrapor-se aos sistemas pré-estabelecidos no âmbito da economia, política e questões sociais é um ato de resistência. Criar novas narrativas, em que outras histórias, outros pontos de vista, outros modelos mais democráticos e participativos são retratados, não é uma tarefa fácil, porém totalmente viável e necessária
. Bbilhões de pessoas, no Brasil e no mundo, são regidos por informações altamente tendenciosas, que privilegiam o capital, os bancos, os grandes conglomerados, em detrimento da imensa maioria da população. Ao pegarmos o Brasil como exemplo, em que 5 pessoas detém uma fortuna referente à metade da população mais pobre, mais a nossa ideia de reforçar e ofertar outros olhares sobre a sociedade se torna pertinente e emergente. Ao começarmos essa ideia, que se prevê transformadora, por Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, mas com pretensões de chegar em todos os lugares, colocamos nossas formações profissionais no campo progressista da comunicação e visões de um mundo mais justo, igualitário, com melhor distribuição de renda, à serviço da informação democrática, um direito fundamental de todos e todas. Se a mídia tradicional está há séculos atrelada aos interesses do poderio econômico, e isso se reflete claramente na construção das narrativas postas no cenário mundial, nós nos colocamos na perspectiva de que uma outra realidade é possível. Um mundo em que as histórias de lutas por direitos sociais, por trabalhos melhores, por mais renda, mais saúde, educação, pautas praticamente já excluídas do grande debate global, sejam contadas no dia a dia, pelas pessoas que fazem esse dia a dia acontecer. Nessa perspectiva, portanto, surgirão novos personagens, novas histórias, novos olhares, novas vozes para as quais, historicamente, não há, não houve e não haverá espaços dentro dos campos tradicionais de comunicação. Para isso, todavia, há a necessidade de que iniciativas assim sejam totalmente autossustentáveis, não sejam vinculadas ou mesmo se sujeitem, editorialmente e economicamente, a regulações e controles externos de informação que não os da própria população. Por isso, precisamos do seu apoio e da sua contribuição para que consigamos colocar esse projeto no ar com mais capilaridade. De uma cobertura que já fazíamos no âmbito da cultura, a partir do projeto do Quindim Cultural, resolvemos ampliar o campo de atuação e de abrangência com a proposta, que agora lhe apresentamos, de uma comunicação livre, plural e coletiva, sintetizada no que consensuamos chamar de Outras Vozes.