12/02/2024
👉 Parte I
👉 ONG Proactiva Open Arms
Òscar Camps tem 60 anos.
Ele nasceu em 1963, em Barcelona, na Espanha.
Ele é salva-vidas e empresário.
Sua antiga empresa, a Pro-Activa Serveis Aquatics, era prestadora de serviços de salva-vidas e salvamento aquático, em Badalona, na Espanha.
Devido à crise dos refugiados e às várias mortes de grande repercussão no mar, Òscar Camps viajou para a ilha grega de Le**os, em setembro de 2015, juntamente com três voluntários, para colaborar em operações de resgate.
No início, os únicos materiais que tinham disponíveis eram equipamentos básicos de mergulho.
As suas principais atividades eram orientar e ajudar os imigrantes a chegar em segurança à costa.
A partir da Pro-Activa Serveis Aquatics, Òscar Camps, aos 52 anos, criou a ONG (Organização Não Governamental) Proactiva Open Arms - POA (Proativa Braços abertos), em outubro de 2015, com sede em Barcelona, na Espanha, com dedicação à busca e salvamento de embarcações em perigo no Mar Mediterrâneo.
Além de manter uma base permanente em Le**os, a ONG realiza suas operações de resgate a partir de três navios e um iate à vela.
➡️ Trabalho da ONG Open Arms
Em 28 de outubro do mesmo mês e ano em que foi criada (2015), a ONG realizou a sua primeira ação de resgate a partir da sua base, na ilha grega de Le**os.
Juntamente com a guarda costeira grega, a Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira), os pescadores locais e os primeiros seis salva-vidas destacados pela ONG em Le**os participaram, com dois jet skis, no resgate das pessoas que estavam em um barco que virou, na costa norte da ilha.
O barco estava sobrecarregado, com 302 pessoas a bordo.
Foram resgatadas 242 pessoas com vida e, infelizmente, 60 pessoas perderam a vida na tragédia.
➡️ Prêmio H.E.R.O.
A ONG recebeu o Prêmio H.E.R.O. no ano seguinte (2016), por causa de sua participação no salvamento das vidas das 242 pessoas do barco que virou no ano anterior.
➡️ Resgate de grande repercussão
No início do mês de agosto de 2019, um dos navios de resgate da ONG, com 19 voluntários, resgatou 124 imigrantes, incluindo 35 menores, vindos da Líbia, que estavam em alto-mar.
Muitos imigrantes mostravam "sinais claros" da violência que sofreram em seu antigo país.
➡️ O navio passou uma semana em águas internacionais, a 8 km da ilha italiana de Lampedusa, à espera de autorização para aportar e desembarcar num porto seguro e por a salvo os imigrantes, que foram resgatados em duas operações diferentes.
➡️ Primeiro resgate
O primeiro resgate aconteceu em 1.º de agosto de 2019, uma quinta-feira, quando 55 imigrantes, incluindo dois bebês gêmeos e uma mulher grávida, foram encontrados num barco prestes a afundar, explicou Òscar Camps, criador e diretor da ONG.
➡️ Segundo resgate
O segundo resgate aconteceu na noite do dia seguinte e foram socorridas 69 pessoas, incluindo duas crianças e duas mulheres grávidas, sendo uma delas com nove meses de gestação e já em trabalho de parto.
➡️ Destino incerto
O destino desses imigrantes era incerto, já que tanto a Itália quanto Malta rejeitaram os pedidos de desembarque.
Fontes da ONG disseram que o navio não estava equipado para abrigar tanta gente por um período tão longo, pois as pessoas tinham que revezar para ficar nos pontos em que havia sombra e havia somente dois banheiros para todos.
Além disso, eles estavam exaustos, pois havia alguns imigrantes que estavam no mar há quase um mês.
A ONG informou que havia enviado cartas com pedido de ajuda aos Governos de três países (Espanha, França e Alemanha), pedindo que solicitassem à Comissão Europeia que encontrasse uma solução para a situação.
➡️ Anabel Montes, chefe de missão do navio de resgate da ONG, disse:
"Reiteramos mais uma vez a urgência de ter um porto seguro onde possamos desembarcar essas pessoas seguindo os acordos internacionais e, especialmente, em referência à declaração de direitos humanos que enfatiza o direito à vida".
➡️ A ONG postou em uma rede social:
"Mais uma noite a bordo e continuamos sem autorização para desembarcar as pessoas que resgatamos.
As suas histórias de vida são devastadoras.
Ninguém devia passar por isso.
É urgente e prioritário ter um porto seguro".
➡️ Valência, na Espanha
Joan Ribó, governador de Valência, no leste da Espanha, disponibilizou sua cidade para acolher todos os imigrantes, classificando-a como uma "cidade de acolhimento, aberta e com um dever ético e humano para com as pessoas que arriscam as suas vidas fugindo do terror, da guerra ou da miséria".
Seu governador disse ainda que iria pedir autorização do governo espanhol para abrir o porto da cidade ao navio da ONG.
➡️ ONG foi proibida de retomar buscas de embarcações em perigo
Em janeiro de 2019, o governo espanhol havia proibido a ONG de retomar as buscas de embarcações em perigo no Mar Mediterrâneo e fechou os portos italianos a ela, além de impor multas elevadas, que poderiam atingir quase um milhão de euros (cerca de R$ 5, 4 milhões).
➡️ Imigrantes desesperados
No dia 20 de agosto de 2019, após dezenove dias no navio, nove imigrantes desesperados se jogaram ao mar, na tentativa de alcançar o solo italiano de Lampedusa nadando.
Os imigrantes, porém, foram barrados pela Guarda Costeira da Itália e tiveram que voltar ao navio.
➡️ Imigrantes com problemas de saúde
Apenas os imigrantes com problemas de saúde, inclusive 27 menores, foram retirados da embarcação e enviados para hospitais.
➡️ Mulher da Etiópia
Uma mulher da Etiópia também estava entre os imigrantes com problemas de saúde.
Ela denunciou aos jornais italianos que foi prisioneira por quase três anos na Líbia (um ano e quatro meses na prisão e um ano e seis meses trancada em um depósito), com torturas contínuas.
➡️ Sugestão de novos portos
A Espanha chegou a oferecer que o navio desembarcasse em Algeciras ou Maiorca, mas a ONG rejeitou a ideia, alegando que a situação a bordo, com os imigrantes exaustos, não permitia uma nova viagem.
Para desembarcá-los na ilha espanhola Maiorca, o navio teria que viajar durante três dias, enfrentando o mau tempo.
▶️ Fontes:
• Portais G1, R7 e UOL;
• Sites Extra, Folha, Sábado e Wikipédia.