10/06/2022
Está aberta a chamada para envio de trabalhos ao dossiê temático "Levante Lésbico Feminista do Ferro's Bar: 40 anos de rupturas e deslocamentos".
Em 19 de agosto de 1983 lé***cas e sapatão feministas, apoiadas por outros coletivos feministas e por outras pessoas envolvidas na luta por direitos, protagonizaram um ato político de resistência e enfrentamento no Ferro’s Bar, no centro de São Paulo, lugar no qual se reuniam com frequência, em plena ditadura militar. A questão principal que suscitou o ato, denominado de levante do Ferro’s Bar e considerado o pequeno Stonewall brasileiro, foi a proibição da venda do boletim Chana com Chana, produzido pelo Grupo de Ação Lé***ca Feminista – GALF para divulgação do movimento social, pelo dono do bar, enquanto outras atividades aconteciam deliberadamente no lugar. Com seus corpos em assembleia, lé***cas e sapatão se posicionaram e avançaram, ocupando o lugar e demarcando sua indignação.
Nesses quarenta anos, muitas rupturas e deslocamentos aconteceram nos movimentos sociais de lé***cas e sapatão. Assim, para valorizar essa história, e as transformações que se desdobraram dela, propusemos este dossiê que se interessa por textos que abordem questões do feminismo lésbico, da epistemologia feminista lé***ca e sapatão, das memórias lé***cas, referentes a pessoas sáficas, léstrans, lé***cas e sapatão não-bináries, mulheres que se relacionam afetiva e sexualmente com mulheres, dentre outras pluralidades das lesbianidades. Serão bem vindos principalmente textos com perspectiva interseccional, que considerem outros marcadores sociais da diferença como raça, etnia, deficiência, geração, classe social, territorialidade e religiosidade, dentre outras possibilidades.
A chamada de trabalhos permanecerá aberta até dezembro de 2022 e a previsão de publicação do número é em agosto de 2023, ano marcado pelos 40 anos do Levante do Ferro’s Bar. Os trabalhos devem seguir as normas da ABNT, exceto no que se refere a grafar o prenome das autoras na primeira vez em que são citadas no texto, como por exemplo: Lélia Gonzales (ano, p. x) ou (Lélia GONZALES, ano, p. x). Esta é uma opção política e epistemológica por uma escrita feminista que visibiliza as produções de mulheres e feminilidades, apagadas ao longo da história dos processos de produção do conhecimento. Esta escrita procura também colocar as normas, que não são neutras, mas sim produto do machismo, em questão, considerando que quando se cita apenas o sobrenome, o imaginário social, em geral, remete a autoria a um homem ou a masculinidades. Os textos devem seguir todas as diretrizes organizadas pela Revista Sociologias Plurais para a submissão de artigos.
O dossiê é organizado por:
Dayana Brunetto - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE)
Núcleo de Estudos de Gênero (NEG/UFPR)
Laboratório de Investigação em Corpo, Gênero e Subjetividades na Educação (LABIN/UFPR)
Rede Nacional de Ativistas e Pesquisadoras Lé***cas e Bissexuais (Rede LésBi Brasil)
Liga Brasileira de Lé***cas (LBL)
Simone Brandão - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Programa de Pós Graduação em Política Social e Territórios (PPGPST)
Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades (NuCus/UFBA)
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Lesbianidades, Gênero, Raça e Sexualidades (LES/UFRB)
Rede Nacional de Ativistas e Pesquisadoras Lé***cas e Bissexuais (Rede LésBi Brasil)
Mariana Meiriqui Rodrigues - Universidade do Estado de Ohio (OSU)
Latin American Studies (LASA)
National Women's Studies Association (NWSA)
Laboratório de Investigação em Corpo, Gênero e Subjetividades na Educação (LABIN/UFPR)
Rede Nacional de Ativistas e Pesquisadoras Lé***cas e Bissexuais (Rede LésBi Brasil)
Liga Brasileira de Lé***cas (LBL)
A chamada de trabalhos permanecerá aberta até o dia primeiro de dezembro de 2022. As informações sobre a submissão podem ser encontradas no site da Sociologias Plurais (https://revistas.ufpr.br/sclplr).