30/10/2024
Para os que não me seguem no LinkedIn, gostaria que conhecessem este texto que me fez viajar no tempo. Para mim é sempre muito bom! .............
Foi uma verdadeira viagem o programa É Notícia, da Rede TV, ontem (24.10), com a entrevista de Kennedy Alencar com Ricardo Kotscho. Fiquei sabendo pela querida Mariana Kotscho e me programei para não perder.
Como muitos amigos sabem, trabalhei na Folha de S.Paulo de 1973 a 1983. Comecei como secretária dos presidentes Octavio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira Filho, antes de me tornar secretária de redação. Minha jornada começou em uma das empresas do grupo, a Cia. Lithographica Ypiranga. Cláudio Abramo me levou para a redação, onde tive a honra de aprender com grandes mestres, como Emir Macedo Nogueira, Adilson Laranjeira, Boris Casoy, Clóvis Rossi, João Batista Natali, Helô Machado, Ricardo Kotscho e muitos outros que me inspiraram a seguir na profissão ao longo de 50 anos.
Durante essa viagem nostálgica, lembrei do tempo que passei na assessoria de Franco Montoro e Ulysses Guimarães, durante as Diretas Já! —“um divisor de águas”, como disse meu amigo Kotscho, um jornalista de imensa credibilidade.
Quando Ricardo comentou sobre suas grandes matérias que abordavam “mordomias, supersalários e penduricalhos” na época da ditadura, e que esses problemas ainda persistem em Brasília. Verdade!! Isso me remeteu à minha experiência na Prefeitura de São Paulo, na gestão de Mário Covas, de 1983 a 1986.
Fui convidada a assumir a assessoria de comunicação do gabinete do prefeito em 1983, e minha primeira missão foi reduzir a folha de pagamento, que contava com mais de 160 funcionários. O corte precisava ser de, no mínimo, 40%. Em seis meses, consegui reduzir pela metade. Tive a sorte de contar com a ajuda de um contador de carreira, infelizmente não lembro o nome dele 😕 que sempre quis realizar essa tarefa. Juntos, analisamos todos os dados por três meses e apresentamos ao prefeito uma lista de supersalários, funcionários fantasmas e outras irregularidades. Fui autorizada a cortar!
Alguns desses funcionários eram profissionais de carreira, mas não pertenciam ao gabinete; estavam ali apenas para receber benefícios e apareciam no final do mês para pegar o “envelope”. Lembro de um apresentador de TV (falecido há pouco tempo) que ficava na sala dos setoristas, jornalistas das emissoras de rádio, agências, TVs etc. Também era funcionário "fantasma". Apesar de ter a carreira de "calceteiro", ganhava o mesmo que um secretário. Ele ficou indignado quando o devolvi à Secretaria de Obras!
Agradeço ao Ricardo Kotscho por me ajudar a relembrar essas boas fases da minha vida! Você foi um dos exemplos que sempre segui. Abraços meu amigo!