25/05/2025
Os novos tarifários de internet móvel lançados recentemente pelas operadoras Unitel e Africell estão a gerar desconforto entre os consumidores. A actualização trouxe menos gigabytes, prazos mais curtos e preços mais elevados — o que, para muitos, representa uma perda directa na relação custo-benefício.
Até há poucas horas, 1GB custava 500 Kz, tanto na Unitel quanto na Africell. Agora, o mesmo valor já não é suficiente sequer para 1GB com validade razoável. O plano de 2GB por 3 dias, antes fixado em 700 Kz, foi removido. E o pacote de 3GB por 1.000 Kz, válido por 7 dias, já não consta nas opções actuais.
Na Unitel, por exemplo, o pacote de 1.000 Kz agora oferece apenas 1,5GB por 7 dias, e nem demora. A Africell mantém o valor, mas dilui a oferta — o que, na prática, reduz a velocidade e eficácia para utilizadores regulares.
“Os preços subiram, os dados diminuíram e ainda dizem que foi melhoria. Não há quem entenda isso”, comentou um internauta nas redes sociais.
Além das críticas directas às empresas, aumentam também as cobranças ao Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), acusado de passividade perante decisões que afectam milhões de cidadãos. Para vários utilizadores, a ausência de regulação efectiva e de um canal transparente de reclamação agrava o problema.
Muitos associam esta realidade ao crescente distanciamento entre os serviços prestados e as reais necessidades dos consumidores, sobretudo os jovens estudantes e trabalhadores do sector informal, que dependem da internet para educação, comércio e sobrevivência diária.
A digitalização anunciada como prioridade nacional parece esbarrar em contradições práticas: cada vez mais pessoas conectadas, mas com menos acesso.
Texto: Soque Soque