27/12/2024
NOTA DE IMPRENSA
Os angolanos reagiram de forma diversa, e o Grupo Parlamentar da UNITA registou com atenção, ao anúncio de Indulto Presidencial para 50 cidadãos, decretado pelo Senhor Presidente da República, enquanto Chefe de Estado, no quadro das celebrações do Cinquentenário da Independência Nacional e no uso da faculdade que lhe é conferida pela alínea n) do artigo 119.º da Constituição da República, cuja medida entra em vigor a 1 de Janeiro de 2025.
O Grupo Parlamentar da UNITA, enquanto parte integrante do Poder Legislativo do Estado, considera que tal medida não deve servir de expediente político para escamotear o cerceamento das liberdades políticas e as grosseiras violações dos direitos fundamentais dos angolanos, praticadas pela máquina repressiva do Regime dirigido pelo Titular do Poder Executivo.
Ao invés de um Indulto Presidencial que perdoa ou anula, no todo ou em parte, as p***s daqueles cidadãos que nunca deveriam ter sido condenados, o Grupo Parlamentar da UNITA considera que deve ser tomada uma medida mais abrangente, exigindo, por isso, uma amnistia geral a todos os presos políticos em Luanda, Cabinda e demais regiões do País, por meio de uma lei a ser aprovada pela Assembleia Nacional, ao abrigo do Artigo 161.º, alínea g) da Constituição da República de Angola, de modo a extinguir todos os processos de condenação, marcadamente levados a cabo por motivações políticas.
A Republica de Angola é um Estado Democrático de Direito. Como tal, não pode ter presos políticos nem presos de consciência e muito menos presos por delito de opinião. Também não pode prender o pluralismo de opinião e de expressão nos órgãos públicos de comunicação nem tutelar a democracia e subverter o princípio da separação de poderes. Por outro lado, não se pode, no Estado Democrático de Direito, libertar presos condenados por delitos comuns e, ao mesmo tempo, manter presos e condenados a Democracia Participativa, o Poder Local e o próprio Estado Democrático e de Direito.
O Grupo Parlamentar da UNITA apela ao Chefe de Estado para, no quadro da celebração dos 50 anos de Independência, libertar, finalmente, a democracia e o Estado das amarras da hegemonia e do autoritarismo, devolvendo aos angolanos a liberdade para a construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.
O Grupo Parlamentar da UNITA reitera o seu compromisso de lutar pelo Estado Democrático de Direito para fazer de Angola um País de liberdade, justo, desenvolvido e próspero, em particular de confiança nas instituições, certeza e segurança jurídica.
Luanda, 27 de Dezembro de 2024
O Grupo Parlamentar da UNITA